sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Berços ilustres do litoral paranaense


Grandes nomes da história paranaense nasceram no litoral, ponto estratégico para o Império no século 18
Rocha Pombo, Brasílio Iti­­berê, Santos Andrade, Hu­­go Simas, Bento Mu­­nhoz da Rocha Neto. Es­­ses são apenas alguns dos nomes de uma extensa lista de personalidades históricas que nasceram no litoral do estado e cujos nomes estão imortalizados em ruas, avenidas, monumentos, praças e instituições, de Curitiba e outras cidades paranaenses. Foram políticos, jornalistas, artistas, historiadores e professores que entraram para a História do Paraná e do Brasil por se destacarem artística, intelectual e politicamente. Em comum, esses “caiçaras” foram contemporâneos, nascidos entre a primeira metade do século 19 e início do século 20.
O historiador Wilson Maske, professor de História da Pontifícia Universidade Católica de Curitiba, explica que até a primeira metade do século 19, a Vila de Paranaguá, que pertencia à província de São Paulo, era a principal cidade do litoral paranaense. A ligação com o mar facilitava o acesso ao restante do Brasil Imperial, sobretudo ao Rio de Janeiro, capital e centro da vida cultural, política e econômica do país. “Além do cosmopolitismo, a localização geográfica de Paranaguá a colocava em uma posição muito favorável para atividades portuárias e comerciais, atraindo e fixando na região muitas pessoas e famílias tradicionais, abastadas e influentes”, diz Maske.
Muitas das personalidades que hoje dão nome a ruas, praças e monumentos na capital eram filhos dessas famílias endinheiradas, que deixavam Paranaguá e outras vilas próximas, como Morretes, para estudar no Rio de Janeiro, em São Paulo e até mesmo no exterior. Foi o caso do compositor Brasílio Itiberê da Cunha, formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, e Antônio Alves de Araújo, o Comendador Araújo, que ainda jovem deixou Morretes para diplomar-se em leis na Alemanha.
O cenário começa a mudar a partir de 1853, quando o imperador D. Pedro II assina uma lei desmembrando toda a região do Paraná da província de São Paulo. Curitiba é escolhida capital da nova província. A abertura de estradas, a criação da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba e, sobretudo, o fervilhar da indústria da erva-mate, impulsionaram definitivamente o desenvolvimento da capital e o processo de colonização, deslocando o centro de poder do litoral para o planalto paranaense. “As elites política, cultural e econômica de Curitiba foram formadas, basicamente, pelas famílias ricas e tradicionais da Lapa, de Castro e do litoral do estado, que se estabeleceram na capital e dedicaram-se à indústria ervateira e à vida política.”, observa Maske.
Fonte: Gazeta do Povo - 25/11/11

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